Postagens populares

Olá internauta, seja bem vindo ao blog oficial ASSIM DIZ O SENHOR.

sexta-feira, 11 de março de 2011

ÁGUAS PROFUNDAS


"Depois disto me fez voltar à porta da casa, e eis que saíam águas por debaixo do umbral da casa para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas desciam de debaixo, desde o lado direito da casa, ao sul do altar. E ele me fez sair pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até à porta exterior, pelo caminho que dá para o oriente e eis que corriam as águas do lado direito.
E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos.E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. E disse-me: Viste isto, filho do homem?"
Ezequiel 47



Ezequiel era filho do sacerdote Buzi, e era membro de uma família sacerdotal, sendo treinado desde sua infância para o sacerdócio. O contexto histórico conta que o sacerdócio era apenas um título a ser ocupado e atrativo para muitos por seus 'benefícios' e sossego que proporcionava. O sacerdote era a pura representação da espiritualidade descompromissada e cínica que todos viviam naquela época totalmente apoiada em ritos e cerimonialidades, porém vazias e sem qualquer essência.

E por quê ser profeta?


Por quê ser diferente?

Por quê desagradar?

Por quê fazer diferente do que a maioria faz?

A maioria das vezes que Deus fala com Ezequiel ele sempre está na beira do rio Quebar, mostrando que ele, Ezequiel, estava à margem de tudo na vida.
Nada do que falava e fazia o comprometia a tal ponto que o tirasse daquele lugarzinho das não-decisões. Viver na beira se tornou comum para muita gente hoje em dia, principalmente os cristãos que conheço que dificilmente assumem o Evangelho como vida.

É nessa beirada do desafeto que caminham tantos cristãos e pedem pra Deus cuidar dos pobres, mas são incapazes de tirarem alimentos de suas dispensas e roupas de seus armários para acolher a quem precisa.

"Estou em oração" - diz alguém. Na realidade é a forma santa de se chamar a covardia em decidir por algo que só cabe a mim fazê-lo. Gente 'orando' para amar, 'orando' pra ficar, 'orando' pra sair e 'orando' pra perdoar. Até quando viveremos nesse auto-engano?

Elegendo culpados por nosso próprio marasmo espiritual, é assim passamos o tempo na beira... tudo fica muito rápido e aparentemente simples na beira.

O anjo chama Ezequiel para não só profetizar, mas para ele ser a mensagem! Ora, antes de se pregar é necessário ser pregado pela mensagem. É assumir a mensagem em tal proporção que abrir a boca para falar é o último dos recursos.

Ser razo-ável nessas águas não é suficiente... É preciso entrar além de artelhos, além de joelhos, além dos lombos, é preciso mergulhar o coração. Ele é meu respirar!

Hoje, somos convidados a deixar essa beirada de medos e confortos que temos em nossas vidas para caminhar para essas águas da Graça de Deus.


Pense nisso!


Nele, em Quem se encontra no Caminho e não na beira dele.
Ricardo

Nenhum comentário: